São Paulo – O que era para ser a realização de um sonho se transformou em um verdadeiro pesadelo para o Professor Herbert Melo. Após adquirir um veículo Fiat Cronos Precision 1.3 com câmbio CVT, zero quilômetro, em uma das concessionárias do Grupo Dahruj (Ventuno Fiat), ele relata ter vivido uma sequência de episódios de descaso, falhas técnicas e omissão de responsabilidade por parte da Fiat Brasil.
Herbert, que é educador, gestor público e depende do carro para trabalhar entre a capital e o interior de São Paulo, relata que os problemas começaram pouco tempo depois da entrega do veículo: “O carro simplesmente começou a apresentar falhas no câmbio. Perdia força, engasgava, não respondia... Já fiquei na rua várias vezes, dependendo de guincho”, afirma.
A situação se agravou quando, segundo ele, o carro foi levado à concessionária Ventuno Fiat, que faz parte do tradicional Grupo Dahruj, e mesmo após passar por manutenção, o defeito persistiu. “Eles mexeram no carro, mas nem eles souberam identificar o real problema. Fui ignorado. Não me deram um carro reserva, não devolveram o valor pago, não me apresentaram solução concreta.”
O drama pessoal de Herbert teve reflexos em sua saúde. Diante da insegurança, do prejuízo financeiro e da dependência do veículo para o trabalho, ele afirma ter sofrido uma crise de ansiedade, que o levou ao hospital. “Fui parar no pronto-socorro. Enquanto isso, continuo pagando por um carro que não uso e estou alugando outro do próprio bolso para conseguir trabalhar.”
Direito ignorado
O caso chama atenção para o que diz o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Em seu artigo 18, a legislação estabelece que, se um defeito não for sanado no prazo máximo de 30 dias, o consumidor pode exigir a substituição do produto, a restituição do valor pago ou o abatimento proporcional do preço.
Herbert afirma que já solicitou formalmente um acordo amigável, propondo inclusive que o carro fosse substituído por outro 0 KM, com a continuidade do contrato. No entanto, nenhuma contraproposta foi apresentada pela montadora ou pela concessionária.
Silêncio da montadora e da rede
De acordo com Herbert, até a data de hoje, 14 de abril de 2025, nem a Fiat Brasil, nem a Ventuno Fiat, nem o Grupo Dahruj se manifestaram com qualquer retorno formal, nem sequer uma ligação. “É inadmissível que uma montadora do porte da Fiat trate um consumidor dessa forma. Esperamos respeito, empatia e solução. Mas fui completamente ignorado”, afirma o educador.
Ele também publicou nas redes sociais um desabafo, que rapidamente ganhou repercussão e solidariedade de outros consumidores que relataram situações semelhantes.
Repercussão e pedido de justiça
A matéria está sendo divulgada também como forma de alerta aos consumidores e de cobrança pública por respeito aos direitos básicos do cidadão: segurança, informação e reparação de danos.
“Não é só um carro. É a minha vida, meu trabalho, minha saúde. Estou pedindo apenas o que é justo. Estou dentro da lei e espero uma solução já”, finaliza Herbert.
Procuradas pela reportagem, Fiat Brasil, Ventuno Fiat e o Grupo Dahruj ainda não se manifestaram até o fechamento desta matéria.