O cenário político de Embu das Artes está fervendo, e o recém-empossado prefeito Hugo Prado já enfrenta turbulências que ameaçam a estabilidade de sua gestão. Em um início de mandato marcado por tensões e disputas internas, Hugo Prado tem demonstrado dificuldades em consolidar sua liderança e navegar pelos intricados bastidores da política local.
A escolha de Vanessa da Saúde para presidir a Câmara Municipal, claramente uma imposição do ex-prefeito Ney Santos, desencadeou uma verdadeira guerra de forças. O nome, que deveria simbolizar um consenso, acabou fragmentando a base aliada. Com a formação de um grupo de sete vereadores da base e outros quatro da oposição, uma maioria se posicionou contrária à indicação, resultando em duas derrotas consecutivas para Hugo Prado na eleição da mesa diretora — uma delas fruto de intervenção judicial.
O que se observa é um prefeito com pouca habilidade em costurar acordos e dialogar com os vereadores, inclusive os de sua própria base. Essa falta de tato político, somada à influência ostensiva de Ney Santos, tem criado uma bola de neve de instabilidade que não só ameaça o capital político de Hugo Prado, mas também arranha a reputação de seu mentor.
Enquanto a cidade precisa de uma administração focada nos problemas estruturais e demandas populares, Hugo Prado parece refém de disputas internas e alianças frágeis. A ausência de um diálogo mais amplo e transparente com os vereadores e a população reforça a percepção de que sua gestão carece de autonomia e carisma.
A questão que se coloca agora é: Hugo Prado conseguirá reverter esse cenário? O tempo e as escolhas políticas dirão se ele terá força para assumir as rédeas de seu governo ou se permanecerá à sombra de Ney Santos, arriscando não apenas sua gestão, mas também o futuro político de ambos.
Ivo Amorim - Colunista do PORTAL GIRO 1